Responsabilidade Social – Aquilo que não somos capazes de fazer
Quem nunca se frustrou por estar trabalhando em um lugar totalmente desalinhado com seus valores? Não é por menos, num mundo que destrói, polui, desrespeita, explora… Quando tudo perde sentido frente à tamanha desigualdade social!
O Brasil está em 10º no ranking dos países mais desiguais, conforme Nações Unidas, em 2017. O senso de responsabilidade dos Brasileiros, ainda mais em época de troca de governo, vem à tona nas discussões sobre educação, segurança, saúde, violência, distribuição de renda, etc.
Queremos que o governo dê conta de tudo, queremos o salvador da pátria, queremos soluções rápidas! Mas os velhos problemas sociais demandam mudanças profundas e, no âmbito da esfera governamental, infelizmente, mesmo as mais bem-intencionadas, levam tempo.
Que bom seria se pudéssemos, nós mesmos, gerar alguma melhoria social e, ainda assim, ganhar dinheiro, por meio de um negócio sustentável econômica e socialmente! Que bom seria ter empresas que resolvem questões relacionadas a desigualdade social, como a falta de assistência médica, a pobreza, entre tantos outros.
Pois, enquanto alguns sonham com essa possibilidade, existe uma rede de empreendedores atuando em negócios de impacto social e gerando receita!
Nada dessa história de ONG sem fins lucrativos, estamos falando de outra coisa. São os negócios de impacto social. Tratam-se de negócios que proporcionam melhoria de vida da população mais necessitada, sendo capaz de gerar receita pela própria atividade fim, podendo haver distribuição ou não de dividendos. Um bom exemplo, é a http://www.geekie.com.br/, plataforma de estudo que é disponibilizada, gratuitamente, para uso em escolas públicas, mas que cobra taxa de uso das escolas particulares, gerando receita!
Ver que aquele aluno de baixa renda, que sempre frequentou escola pública, mas que usou a plataforma, sem custo, passou no ENEM e está cursando a universidade federal, deve dar um orgulho danado! Pensou em trabalhar para uma empresa assim?
Mas se para a maioria de nós essa realidade ainda está distante, podemos pensar, então, em algo mais próximo: nas Políticas de Responsabilidade Social das empresas que trabalhamos!
Convenhamos que a motivação social, por si só, já deveria ser o suficiente para que essas empresas tradicionais (as que não geram impacto social positivo) realizem iniciativas de Responsabilidade Social. Mas por que tão poucas a fazem?
Para ajudá-lo a conseguir apoio para projetos de responsabilidade social aí na sua empresa, considere os benefícios identificados por uma pesquisa conduzida pela FIA-USP que relacionou dados das “Melhores Empresas Para Se Trabalhar” (conforme revista Exame e Você S/A) com as políticas de responsabilidade social que essas empresas praticavam.
Descobriram que os funcionários se identificam melhor e estão mais satisfeitos com a empresas que são socialmente responsáveis – “Identificar-se com os valores de uma empresa influencia mais a satisfação de um funcionário do que um bom salário. O sentimento de pertencer a uma companhia em cuja cultura o funcionário encontra afinidade com os seus valores pessoais retém mais talentos do que um chefe do tipo “boa gente”.”A consultora técnica da pesquisa afirma “O que dá para perceber é que as empresas socialmente responsáveis acabam conseguindo que os empregados se identifiquem mais com elas. Eles sentem mais orgulho de trabalhar na empresa, percebem que a empresa tem um valor para a sociedade e isso acaba revertendo em valor para eles também.” (fonte – clique aqui).
Sempre é hora de começar a mudar. Os primeiros passos podem ser mais difíceis, mas os benefícios são tão evidentes. Então, por que as empresas, de modo geral, relutam tanto em seguir o caminho que gera impacto social positivo?
A pesquisa esclarece que empresas de pequeno e médio porte passam por desafios mais prioritários, onde os projetos de Responsabilidade Social ficam sempre para segundo plano!
Como seria o Brasil se a iniciativa privada assumisse de forma mais consciente o impacto positivo que ela pode causar na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social?
Não seria a hora de repensar qual nosso papel na mudança que queremos ver no Brasil?
Fonte: Portal Administradores, por Joyce Tosetto Conrado