OLX quer expansão com negócios imobiliários
A plataforma brasileira de marketplace OLX aposta no crescimento do número de anúncios dentro da categoria de imóveis para elevar a rentabilidade do site nos próximos anos. Em 2018, o segmento foi o que mais cresceu – com alta de 75% no montante de anunciantes de imóveis dentro do ambiente online.
“A categoria de imóveis é a que mais cresce dentro da plataforma. Nosso foco está na jornada do usuário. Percebemos que muitos entram no site buscam itens mais simples como, por exemplo, móveis menores, e acabam chegando em anúncios de casas, apartamentos, galpões logísticos e chácaras”, disse o diretor da área de imóveis da plataforma, Marcelo Dadian.
Em 2018, o faturamento da plataforma foi de R$ 312 milhões – alta de 70% sobre um ano. Para o executivo, com o crescimento da plataforma, uma das prioridades da empresa tem sido justamente a eliminação de “fricções” dentro do ambiente online.
“Muitas vezes os anunciantes dentro da plataforma não querem colocar todas as informações sobre o imóvel como, por exemplo, o valor do condomínio. Por isso, pretendemos criar um programa de consultoria para auxiliar esses sellers para que a venda seja mais assertiva dentro da plataforma”, argumentou Dadian.
Segundo ele, a partir do ano que vem esse processo de educação do usuário tende a se fortalecer, uma vez que o tempo médio atual dos consumidores dentro do ambiente é de 12 minutos – “transitando por várias partes do site”.
Além disso, a meta do site é chegar ao segundo lugar entre os portais com maior número de anúncios da categoria de imóveis; o primeiro lugar é ocupado pela plataforma Viva Real. Ainda de acordo com o executivo, no fim do segundo trimestre de 2019, a OLX chegou a um total de quatro milhões de anúncios nesse segmento.
Outro ponto destacado pelo executivo diz respeito à estratégia de tornar a plataforma uma espécie de “referência” nas pesquisas de preço realizadas pelo usuário e, consequentemente, atrair publicidade programática para o ambiente.
“A compra de imóveis é muito sensível ao nível de confiança da economia. Por exemplo, se o otimismo do mercado cai, o número de anúncios de aluguel sobe. O contrário acontece com há elevação nas expectativas, e a busca pela compra de imóveis sobe. Nesse sentido, existe a parceria com instituições bancárias com divulgação de condições de financiamento para imóveis”, complementou Dadian, ressaltando que muitas imobiliárias têm optado por inserir todo o inventário dentro do site.
Ainda nesse ponto, o executivo afirmou ao DCI que muitos das empresas que estabelecem parcerias publicitárias com a plataforma consideram a plataforma como um “veículo de mídia com grande fluxo de visitantes”.
De acordo com ele, até o final de 2019, o investimento da ordem de R$ 250 milhões será canalizado para área de inteligência de mercado, big data e melhoria da interface do ambiente. Segundo um balanço realizado pela empresa, desde 2017 houve um incremento de 10% no número de usuários que acessam diariamente a área de imóveis da plataforma.
Os anúncios como um todo apresentaram uma evolução de 53% durante o último ano. O levantamento também indicou uma busca pelo aluguel de quartos , com incremento de 36% em 2018 em relação ao ano anterior. No âmbito nacional, anunciantes de setores como comércio, serviços, agronegócio e indústria elevaram em 30% a busca por casas ou apartamentos. Já em relação aos estados do Brasil que puxaram a categoria de imóveis em termos de buscas online foram o Rio de Janeiro (19%) e São Paulo (22%), na mesma base de comparação.
“Nosso objetivo atual é ampliar a base de usuários, que gira em torno de 50 milhões por mês. Esse plano se torna ainda mais viável em função da cultura que está se espalhando no País para que as pessoas sejam menos acumuladoras e coloquem à venda coisas na internet“, finalizou Dadian.