Estresse no trabalho aumenta o risco de acidentes: cuide dos seus colaboradores
O estresse no trabalho é cada vez mais rotineiro, principalmente em função do cenário de competitividade do mercado. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), os brasileiros só ficam atrás dos japoneses, quando o assunto é condições desgastantes no ambiente de trabalho.
Esse esgotamento afeta a performance do trabalhador, o que aumenta os riscos de acidentes. Afinal, esse problema traz estafa física, falhas de memória e até danos ao coração. Desse modo, um profissional nessas circunstâncias estará mais vulnerável a erros. Por esse motivo, é crucial ficar atento a fatores que possam desencadear a exaustão nas empresas.
Regras rígidas demais, prazos impraticáveis e inimizade entre os colegas são fontes inegáveis desse verdadeiro transtorno. Confira as situações extenuantes que contribuem para a expansão das contingências relacionadas ao estresse.
Falta de concentração
Colaboradores estressados têm muitas dificuldades de concentração. A irritabilidade e a ansiedade atreladas ao processo de estresse no trabalho prejudicam o equilíbrio emocional, o que atinge a memória, a habilidade de raciocinar e até mesmo de tomar decisões.
Nesse cenário, é comum que a pessoa sinta uma grande apatia para cumprir as suas obrigações. Como resultado, esse indivíduo facilmente fica distraído, deixando de prestar atenção em detalhes da rotina capazes de evitar um acidente.
Desse modo, um operador de empilhadeira, por exemplo, corre o risco de simplesmente pisar no acelerador quando deveria acionar os freios. Isso se repete como efeito cascata em diversas outras áreas e segmentos.
Por isso, seguindo a mesma linha de raciocínio, a estafa pode levar a quedas de alturas elevadas, explosões, incêndios, atropelamentos etc. Vale lembrar ainda que todas essas eventualidades se tornam mais prejudiciais em caso de mortes ou de lesões graves, como amputações, cegueira e fraturas.
Nesse sentido, quem atua com a segurança do trabalho precisa ficar alerta. Até mesmo a eficácia dos treinamentos estará sob risco em um contexto como esse. Afinal, será que um profissional nessa situação tem condições de aprender como deveria? Provavelmente, não!
Problemas físicos
Inúmeras enfermidades acometem os trabalhadores estressados: pressão alta, cansaço do corpo, dor de cabeça, insônia, gastrite, distúrbios dermatológicos, problemas cardíacos etc. É sabido o quanto essas doenças aumentam os riscos de acidentes, não é mesmo?
Suponha a seguinte situação: um funcionário do ramo da indústria química está mexendo em um elemento químico perigoso e, de repente, sofre um infarto. Esse produto pode cair sobre outros colaboradores. Isso sem falar na hipótese de danos ao próprio infartado.
Com um time submetido a níveis altos de estresse, até uma situação de resgate pode falhar. Vamos a outro exemplo prático: um operário com sono e cheio de dor de cabeça conseguirá recordar de todas as partes que integram um plano emergencial de combate a um incêndio? As chances de ele se esquecer de itens importantes diante de problemas físicos provocados por situações de esgotamento aumentam nesse quadro.
Transtornos mentais
Mais um efeito danoso do estresse no trabalho são os transtornos mentais, como crises de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, ataques de agressividade, entre outros males semelhantes. Essas doenças, ligadas ao estado psicológico, são difíceis de detectar, mas têm grande potencial de ocasionar eventos críticos no dia a dia da empresa.
Assim, um excelente profissional pode desenvolver fobias que vão colocar ele próprio e seus colegas em risco. Imagine um operário que precise entrar em túnel, mas tenha adquirido claustrofobia. Lembre-se de que, na maior parte dos casos, por medo de ser dispensado, esse trabalhador não falará sobre seu drama com seus superiores.
Do mesmo modo, a depressão pode causar muitos obstáculos práticos. As vítimas dessa doença geralmente sentem uma grande letargia. Em qualquer ramo, essa situação é extremamente delicada.
No trabalho com eletricidade, por exemplo, faz parte das políticas preventivas inspecionar o estado físico da fiação e dos equipamentos, o que exige a participação e a colaboração de todo o time. Um empregado deprimido, porém, pode ficar mais desatento a situações de precariedade na infraestrutura. Surge aqui mais uma ameaça de imprevistos no cotidiano operacional.
Prevenção
O estresse no trabalho prejudica a performance individual e coletiva dos funcionários a tal ponto que pode interferir em todo o planejamento estratégico. Por isso, é fundamental criar uma cultura de prevenção de acidentes.
Isso deve incluir diagnóstico e planos de ação para corrigir atitudes indesejadas, aumentar os procedimentos preventivos de proteção e também controlar e reduzir a estafa profissional. Mas como fazer isso? A seguir, você confere algumas dicas.
Ginástica laboral
Uma boa alternativa é oferecer à equipe a chamada ginástica laboral. Pode ser antes e depois do expediente ou até mesmo nos intervalos da jornada. Se alguém passa o dia todo sentado, de vez em quando, é preciso que ele se levante para deixar as pernas e os braços esticados.
Já para quem atua em pé, os exercícios para fortalecer a musculatura da região lombar são ótimos. Vale a pena até mesmo contratar professores de educação física ou fisioterapeutas. Além disso, essas atividades promovem o bem-estar e a socialização.
Ergonomia
Atender aos princípios de ergonomia também é uma maneira muito eficiente de diminuir a incidência de estresse no ambiente profissional. A ergonomia garante que o trabalhador tenha acesso a todo conforto durante seu expediente.
Acredite: uma cadeira incômoda, o excesso de calor ou a falta de iluminação adequada deixam as pessoas mais irritadas e insatisfeitas. Ou seja, quanto mais houver comodidade, menor será a tendência de cansaço demasiado no seu time.
Clima amigável
Uma outra maneira de lidar com situações estressantes é praticar uma política que favoreça um clima amistoso. Por exemplo: promova eventos sociais entre os funcionários, como jogos de futebol, festas para celebrar os aniversariantes do mês, amigo secreto no fim do ano etc.
Oriente os líderes sobre as práticas de assédio e deixe claro que a companhia não será conivente com essa atitude. Outro ponto importante para aconselhar os gestores é deixar que os subordinados opinem nas decisões que influenciarão em suas rotinas. Isso abrange a forma de fazer o planejamento, de estabelecer as regras e de distribuir os afazeres.
É fundamental que os chefes e supervisores deleguem as tarefas de forma justa, não permitindo que haja pessoas sobrecarregadas e outras ociosas. Recomende ainda estratégia no estabelecimento dos prazos e critérios de prioridade na execução das funções. Mais uma dica: a companhia tem que demonstrar muita transparência na forma de avaliação de desempenho de cada contratado.
Empresa especializada em segurança do trabalho
Na prática, colocar as políticas de prevenção em funcionamento é um verdadeiro desafio e uma responsabilidade enorme. Afinal, uma ocorrência séria pode acabar em acusações de negligência, em multas, em interdições e até mesmo em questionamentos na Justiça.
O estresse no trabalho tem um impacto expressivo na saúde mental e física dos colaboradores. Além disso, as condições psíquicas e do corpo abalam a produtividade e potencializam os acidentes. Ao adotar iniciativas para amenizar esse problema, você identificará ameaças à saúde das pessoas, terá uma equipe mais eficiente.
Fonte: Portal Conect