Construção civil tem plano para 1 milhão de empregos
Atingido em cheio pelas investigações da Lava Jato e pela recessão econômica, o setor de construção civil quer virar o jogo e protagonizar a retomada do crescimento do País. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentará aos parlamentares, nesta quarta-feira (13), um plano que promete criar 1 milhão de empregos sem nenhum centavo de subsídios do governo. A articulação do setor com o governo também tem sido intensa.
De acordo com a avaliação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da mesma forma que as privatizações puxaram a economia nos anos 90, agora é a hora da construção civil. A retomada das 4.738 obras que se encontram paradas é um ponto prioritário. “Isso é emprego na veia. E não é em uma cidade A, B, ou C, é em todo o País”, disse ele.
Segundo Martins, há muitos casos de obras que são tocadas entre o governo federal e as prefeituras que, por alguma razão, não começaram. Estima-se que haja entre R$ 2 bilhões e R$ 8 bilhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) depositados em contas de prefeituras e sem uso por causa de dificuldades burocráticas e jurídicas. “É preciso encontrar uma solução técnica para isso.”
A reforma da Previdência, prioridade do Governo Federal em sua relação com o Congresso, é o item número um da lista de 18 pontos elaborada pela entidade, que será entregue aos parlamentares. “Mas não é só ela”, diz Martins. Ele explica que, sem eliminar pontos inibidores do investimento, a melhora no ambiente macroeconômico com a aprovação da reforma da Previdência trará resultados menores do que poderia.
As propostas passam por um novo marco legal para a concessão de licenças ambientais para a realização de obras, que são uma etapa muito demorada do processo. A CBIC defende que as análises pelos órgãos federais envolvidos, como Ibama, Funai e Instituto de Patrimônio Histórico, por exemplo, corram em paralelo. “E queremos regras claras, porque hoje elas não são.”
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Fonte: Portal Estadão